sexta-feira, 4 de dezembro de 2009


Choro. Choro incontrolavelmente e, aparentemente, sem nenhum motivo.
Queria que estas lágrimas se transformassem magicamente em ácido sulfúrico e corroessem as minhas feições, desfigurando-me de modo a que ninguém mais me pudesse reconhecer. Queria poder gritar até perder definitivamente a voz, para ninguém poder ouvir as palavras roucas e sem sentido que tento pronunciar em vão. Queria poder dissolver o meu corpo e deixar que as suas partículas se misturassem com a brisa nocturna, levando o meu espírito para longe, tão longe quanto o tempo, até que não existisse mais.
Por mais que queira que tudo seja diferente, nada vai mudar.
O meu olhar ao espelho está assustado, não reconheço aquela rapariga que olha para mim. O cabelo cai-lhe sobre o rosto desordenadamente e está pálida como se o seu coração já não batesse.
Só queria poder ter força… Força para deixar o Passado onde ele pertence e seguir o meu caminho… Erguer o olhar e caminhar entre a multidão com o orgulho que se personifica em mim quando os outros me observam.
Porque não conseguem ver que esta não sou eu…? Sou só uma criança… Uma criança assustada, que sente quase tanto medo do Futuro como tristeza e raiva do Passado e disfarça tudo isso no orgulho e na honra… Que na verdade não tem.

1 comentário:

Anónimo disse...

Força de Viver. Todos nós temos uma razão para viver. Um dia vais encontrar o porquê de teres nascido. Força eu acredito em ti. ^^